A construção da carreira e a goiabada

Imagem retirada daqui


Tem coisas que até parecem muito semelhantes, mas são bem diferentes no resultado final.


Por exemplo: Goiabada cascão e picolé de goiaba. A matéria prima é a goiaba, o gosto é o mesmo, mas a textura, temperatura e o modo de usar são totalmente diferentes. Picolé é picolé. Já a goiabada pode ser batida com leite, virar recheio de bolo, sobremesa com queijo ou chantilly e o que mais nossa gula permitir.

Picolés são efêmeros. Goiabada é para ser saboreada, desfrutada com calma, durante um bom tempo, misturada ou sozinha. Puro exercício de degustação.


Uma coisa é a arte da gastronomia outra coisa é matar a fome.


Assim também é com carreira e trabalho. Parecem a mesma coisa, mas as diferenças são bem significativas.


Carreira é uma construção planejada de uma trajetória, um roteiro pessoal para a realização de desejos.


Trabalho é ocupação. É o que fazemos todo dia para alcançar o que planejamos para nossa carreira.


No trabalho o foco é raso e o fôlego é curto.

Trabalhamos para cumprir metas e prazos urgentes. Desde chegar na hora e entregar o serviço e/ou produto para o cliente, conviver com os colegas, participar de reuniões, atender fornecedores, receber o salário e pagar as contas.

Uma carreira requer atenção de médio e longo prazo e é bem mais complexa. Sua construção é uma arte e está diretamente ligada à realização das prioridades.


O que você busca para sua vida? Onde quer chegar? Como quer chegar?


Paralelo ao trabalho do dia a dia é preciso separar um tempo para pensar sobre a carreira. Analisar todas as opções que existem, o custo e o benefício de cada movimento.
Como num tabuleiro de xadrez, a inteligência e a estratégia fazem parte da vida profissional.


Qual o roteiro da sua vida profissional? Drama? Comédia? Terror? Ficção?

Assim como nosso país não tem um projeto de futuro, parece que essa maldição cultural também contamina a maioria dos seus habitantes. Planejar nessa terra parece palavrão. E por incrível que pareça vamos viver isso na pele, com os próximos eventos da Copa e da Olimpíadas.


Pode ser que tudo dê certo, sem planejamento?

Tomara que sim! Vamos todos cruzar os dedos! Afinal, Deus não é brasileiro...?

Isso me lembra o trecho de um recente artigo no jornal Valor Econômico, onde o autor comentava sobre o prejuízo do nosso analfabetismo funcional. No texto ele conta que de férias no nordeste, comprou um pacote para um passeio de barco e lembrou-se de perguntar se havia coletes salva-vidas. Sim, tinha vários mas durante o passeio ele viu que eram todos infantis.
Ao questionar o barqueiro ele respondeu: - "
Eu tinha fé em Deus que não iríamos precisar deles". (!?)


A discussão do analfabeto funcional sequer começou a ser pensada por aqui...


Voltando ao tema, nossa identidade pessoal está colada à nossa ocupação funcional. Somos o que fazemos. Nos identificamos com a maneira como o mundo nos vê. Para muita gente, o crachá é quase um objeto sagrado, uma medalha a ser ostentada com orgulho.

Quem você conhece que planeja seu futuro profissional? Se poucos ou nenhum, taí um bom diferencial de mercado para você.


Saber fazer escolhas é um sintoma de amadurecimento emocional. Sempre é muito mais cômodo sermos "escolhidos" e depois reclamar.


Poucos escolhem e planejam, menos ainda os que tem metas, a maioria vai sendo levada pelas circunstâncias.


Alguns até pensam que suas escolhas profissionais são isentas e fazem parte do seu repertório, mas na verdade são profundamente influenciadas pelas escolhas familiares, muito mais do que gostariam de admitir.

E lá na frente, num dia qualquer a pessoa se dá conta que não tá legal. Que há uma insatisfação geral. Nada está bom. E o tal vazio ali presente, como uma sombra inquietante. Quase uma assombração. Daí entra em crise e surta. Isso se não fica desempregado, pego de surpresa por uma crise qualquer.


A hora do sufoco é a hora de buscar um serviço especializado de orientação profissional.

Pensar sozinho sobre a carreira, para a grande maioria das pessoas é muito difícil. O leque de opções é imenso e isso pode ser bom, mas na maioria das vezes confunde e paralisa.

Atendo pessoas de todas as idades que num dado momento da vida, geralmente depois de uma crise, percebem que estão patinando na vida profissional e não estão dando conta de lidar sozinhos com a situação.


Nada avança. Entra ano sai ano parece que tudo está do mesmo jeito. Aí eles resolvem buscar soluções caseiras e iniciam o spam do currículo. Panfletagem pura, sem nenhum...... perdoe a palavra.... planejamento.

E aí a pessoa chega dizendo que está enviando o currículo há 6 meses teve só um telefonema. Não foi chamado nem para uma entrevista. E não sabe o que está acontecendo..... Bem, convenhamos, se depois de 6 meses de spam o currículo não rendeu nenhum chamado, tem alguma coisa errada. Com o currículo do cidadão, é claro!


Enquanto isso.... na sala da justiça do recrutador Jedi:

Quem conhece a rotina de uma empresa de Seleção ou Hunting, sabe bem como a banda toca.
Após aberto o processo seletivo, o recrutador têm que olhar no início do processo, uma média de 500 currículos por dia. Desses, 70% já vão parar na lata de lixo ou são deletados de imediato. Só pelo conteúdo da primeira página! Alguns currículos parecem um reality show de tanto mau gosto.


Do outro lado o recrutador é pressionado pelo demandante da vaga que precisa do contratado para "ontem".
Até que ele consiga passar por todos os do processo, checagem da veracidade dos dados, primeira abordagem telefônica, pesquisa do candidato nas redes sociais e se não está sendo procurado pela polícia (acredite, há casos de se fazer uma busca rápida no Google e encontrar o candidato respondendo a processos criminais..), dinâmica de grupo, entrevista preliminar com o responsável pelo RH, relatório e finalmente a entrevista final com o gestor da vaga a quem ele vai se reportar caso seja contratado.


Correr 2 maratonas deve ser mais light do que todo esse processo!

Um stress!

Mostrar o outro lado é sempre importante para saber que embora pareça que do lado de cá, do profissional candidato à vaga, o processo não anda, do lado de lá a coisa ferve!


Estar atento à própria performance é fundamental. Ninguém pode planejar nosso futuro por nós e futuro não é algo que simplesmente acontece.
Ele é construído dia a dia. A arquitetura da carreira é uma atitude individual e faz parte de um quadro mental e comportamental saudável.


Momento clichê: O tempo voa!

A primeira década do século passou e muita gente nem notou. 2010-2020 vai ser num piscar de olhos também.

Onde você vai estar quando chegar lá? No mesmo trabalho? Fazendo as mesmas coisas que faz hoje? Morando no mesmo lugar? Quantas viagens já terá feito? Qual será seu índice FIB* em 2020?


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Um comentário:

Azália Bruzadin disse...

Que máximo este brinde virtual!!!!!!!!

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