A Inteligência Espiritual da Dr Zilda Arns


Essa semana ficamos mais pobres e mais órfãos.

Uma brasileira de valor morreu e nos deixou um legado que poucos conhecem.
A Dr. Zilda Arns, que nunca teve uma vida convencional só poderia sair de cena de maneira extraordinária, nessa imensa tragédia no terremoto do Haiti.

Como pediatra e sanitarista, com soluções simples ela alcançou resultados extraordinários na criação e gestão da Pastoral da Criança, uma ONG bem sucedida, criadora de uma tecnologia social e reconhecida internacionalmente pela seriedade do trabalho.

Água, sal e açucar contra desidratação (solução de soro caseiro).
Casca de ovo, folha de mandioca e fubá e farelo de tigo contra a desnutrição crônica (multimistura).

Como alguém bem disse nas várias homenagens que estão fazendo agora: "Ela viveu o milagre da multiplicação dos pães".
Além disso, quem a conhecia, diz que seu lema era o versículo de João 10:10 - "Eu vim para que tenham vida e vida em abundância".

O trabalho dela era tamanho que dificilmente vai ter uma pessoa para levantar sozinha essa bandeira que ela carregava. Por isso vejo que essa pode ser uma bandeira de todos nós que ficamos.
Dignidade, grandeza, ética, simplicidade, inovação, responsabilidade, humildade, honestidade, motivação, o que mais se pode esperar de uma liderança?
Por que não adotamos pelo menos um desses atributos e colocamos em ação agora? O que mais precisamos para sair da inércia?

Ela e o Betinho tiveram essa visão e não ficaram esperando por nada nem por ninguém, foram à luta. Ambos exerceram sua inteligência espiritual plenamente.
Olharam em volta, não gostaram do que viram, arregaçaram as mangas, conseguiram adesões no caminho e nunca esperaram que nenhum governo fizesse algo.

Lembrando uma música de José Miguel Wisnick ".....se meu mundo caiu, eu que aprenda a levitar..". A Dr Zilda teve a competência e a fé necessária para levitar. Levitou sobre a mortalidade infantil, sobre as dificuldades, sobre a falta de apoio oficial, sobre a cegueira que cobre o nosso olhar sobre a miséria do nosso país. Ela simplesmente levitou e foi em frente.

Aos 73 anos, depois de todo o trabalho realizado podendo escolher estar em casa, curtindo os netos, e desfrutando de uma vida calma, de quem cumpriu seu dever, ela escolheu continuar atuante. Morreu em serviço, em missão humanitária num congresso para levar a experiência da Pastoral para outros países. Ela tinha uma missão e ouvia seu chamado. Ela foi muito além do simples exercício do dever.

E você, o que vai estar fazendo aos 73 anos? Quais vão ser suas escolhas?

3 comentários:

Beatriz disse...

É prioritário que alimentemos a alma. Durante toda a vida, para nos assegurarmos de que estamos vivos. Do contrário nada resta.

AC disse...

Que o legado da Dra. Zilda Arns seja perpetuado. Seu conhecimento, sua inteligência social e a grande habilidade em acomodar qualquer turbação que houvesse no seio da Pastoral, junto à enorme quantidade de colaboradores e voluntários que promovia a ação humanitária, ela mantinha seu sorriso e seus olhos que levavam a certeza de que tudo daria certo...
A revolução que ela iniciou com a criação da Pastoral é uma revolução intestina. Pode demorar um pouco a acontecer; mas acontecerá.
Será o Bem e o Bom!
Como foi este post!

Almira Almeida disse...

Maristela querida,

Que homenagem bonita a Dra. Zilda Arns; tenho grande admiração por ela e pelo seu trabalho, ela é uma bela referência pra vida, pra encontrar caminhos e pra olhar ao próximo.
Beijos

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